quarta-feira, 29 de junho de 2011

Exclusivo: Pedrinho quebra o silêncio e abre o coração


Hoje um dos maiores ídolos da história recente do Vasco completa 34 anos de idade e se o clube teve uma década de noventa maravilhosa, ele foi um dos grandes responsáveis. Mesmo sendo na maioria das vezes ofuscado por Edmundo, Romário, Felipe, Juninho Pernambucano e Mauro Galvão, outros ídolos cruzmaltinos, Pedrinho teve sua importância e por isso tem um espaço reservado no coração de cada um dos torcedores do Gigante da Colina.

'Nascido' em São Januário, onde chegou ainda com seis anos, o hoje ex-jogador tinha tudo para ser um dos maiores jogadores que o Brasil já viu, mas algumas graves lesões o impediram de se tornar tudo que esperavam que ele pudesse ser. Apesar dessas dificuldades, Pedrinho nunca desistiu e tentou até o fim fazer o que mais gosta: jogar futebol. Infelizmente, em 2009 ele teve que abandonar o futebol e por conta disso passou a cuidar mais da família.

Mas, se engana quem pensa que o Vasco foi deixado de lado. O amor de Pedrinho pelo Gigante da Colina fica bem claro na entrevista que pode ser conferida abaixo, concedida por ele com exclusividade ao Supervasco.com. Nela, o ex-jogador lembra de momentos da carreira, revela alguns detalhes curiosos do fim de sua trajetória no futebol e abre o coração.

Confira abaixo a entrevista exclusiva:

Quando você iniciou sua carreira profissional imaginava que teria tanto sucesso?

Pedrinho- Não imaginava. As coisas eram muito difíceis e era um sonho muito distante. Cheguei ali em 1983, tinha seis anos de idade e comecei no Futsal. Em 89, o futebol de campo precisou de jogadores dessa idade e sabiam que eu jogava salão muito bem junto com o Felipe e nos levaram para o campo. Depois disso, a gente ficou jogando salão e campo sempre com o sonho de ser profissional, mas não tinha essa certeza e essa coisa muito aflorada. Depois a gente foi subindo de categoria e quando foi chegando mais perto eu sofria muito por ser magrinho e por conta do tamanho. Quando eu cheguei no juniores, pensava que as coisas iriam ficar piores para mim, pois era para eu ficar três anos. Acabou que eu nem fiquei um ano e já subi logo para o profissional com 17 anos. Foi um começo difícil, pois o Vasco estava mal em 1995. Depois as coisas começaram a acontecer de uma forma boa, foi tudo melhorando e foi aí que eu comecei a idealizar tudo que podia acontecer. Para mim tudo muito gratificante, porque é o time que eu amo, o time onde eu cresci e o que todos gostam, pois minha família é vascaína. Eu aprendi a gostar desde cedo do Vasco e isso não falo da boca para fora, todos que me conhecessem nessa vida sabem que digo a verdade. Então, poder conquistar na vida tudo que conquistei no Vasco teve um sentimento duplo, como torcedor e como jogador.
Qual conquista foi mais especial para você?

Pedrinho-
A de 1997 foi muito importante porque foi o meu primeiro título como profissional e foi logo um título Brasileiro. Depois eu acho que todos os títulos são legais, é óbvio, mas a Libertadores foi muito especial porque é um título tão sonhado por todos. Muitos jogadores com carreiras brilhantes não conseguem ganhar e eu tive a oportunidade de ganhar pelo Vasco. O gol do Juninho foi tão importante contra o River Plate que a maioria das pessoas se esquecem que nas quartas-de-finais contra o Grêmio os dois gols foram meus. No Olímpico foi 1 a 1 e em São Januário foi 1 a 0 com gol meu. Só que depois das quartas-de-finais teve uma parada para alguma coisa e só voltamos para a semifinal, jogo no qual o Juninho fez o gol contra o River Plate. Então, para mim foi muito importante aquele momento final e um título inesquecível foi mesmo o da Libertadores.

Como você avalia sua carreira? Acredita que poderia ter sido mais do que foi, inclusive com uma sequência maior na Seleção Brasileira, se não tivesse passado por tantas contusões?

Pedrinho- Acho que sim. Eu tinha um futuro promissor e até o Milan teve interessado em me levar eu levar o Felipe, teve essa especulação, mas o Eurico achou melhor a gente esperar ser mais valorizado e eu também queria ficar mais tempo no Vasco. Tem muitos jogadores que tem as lesões que eu tive e não consegue dar sequência, eu consegui dar sequência, mas não foi do jeito que seria na minha cabeça sem a lesão. Eu já vinha sendo convocado em todas as seleções de base, disputando todos os campeonatos mundiais. Fui convocado pela primeira vez para a principal numa quinta-feira e a apresentação seria numa segunda, mas teve um jogo entre a convocação e a apresentação no qual eu me machuquei. Foi aí que começou a sequência de problemas. Depois até fui convocado umas três vezes para a seleção, mas não do jeito que eu imaginava, com uma sequência de disputas de Copa América, de Mundial, enfim. Minha carreira tomou um rumo que não era esperado pelo meu início no Vasco. Fico triste porque eu queria ter jogado mais no campo, gostava muito de jogar, e eu só joguei muito em 1997 e 1998, onde joguei muitas partidas e foi muito bom. Depois, eu jogava pouco e isso me deixou muito triste, pois eu parei de jogar sem atuar em muitos jogos. Isso para mim foi um pouco difícil.

A torcida vascaína lembra até hoje de sua grande exibição contra o Flamengo em 2000. Na oportunidade, você marcou um gol e aplicou vários dribles nos atletas rubro-negros. Que lembrança você tem dessa partida? O que você sentia quando enfrentava o Flamengo? Tinha um gostinho especial?

Pedrinho- Tinha que ter. Eu nunca gostei do Flamengo. Teve um jogo no ano anterior contra o Flamengo e como eu tava machucado, não podia jogar, o pessoal da TV Globo me chamou para fazer o intervalo do jogo. Eu fiquei o intervalo do jogo na cabine e quando eu apareci os torcedores do Flamengo começaram a me xingar e a me chamar de ‘Bichado’. Eu tava num momento muito triste, porque era a segunda lesão,estava muito emotivo e comecei a chorar. Na época o Falcão que tava na cabine comigo me deu força e disse que todo aquele momento ruim iria passar. Daí em diante eu fiquei seco para jogar contra o Flamengo e meu primeiro jogo contra eles depois desses problemas foi esse. Então, eu descarreguei toda a minha energia naquele jogo e foi muito bom. Para mim era sempre muito bom enfrentar o Flamengo. Eu carregava o sentimento de que se nós vencêssemos o jogo proporcionaríamos uma alegria muito grande para o torcedor vascaíno.

Em 2008, após um longo período longe, você voltou para o Vasco. Diferentemente das outras vezes o que ficou marcado não foram os seus dribles ou seus belos gols, mas sim o momento em que você chorou ao perceber que o clube seria rebaixado para a segunda divisão. O que passou pela sua cabeça naquele momento? Acha que poderia ter contribuído mais dentro de campo naquele ano?

Pedrinho- Foi um ano muito estranho para mim dentro do Vasco, pois nunca imaginei que passaria as coisas que passei ali. Em 2007, no Santos, eu joguei muito bem, joguei 59 jogos no ano, fiz todo um trabalho de prevenção com o fisioterapeuta Filé, que me ajudou muito, fui campeão Paulista, fui vice-campeão Brasileiro, fui semifinalista da Libertadores. Enfim, foi um ano muito bom para mim, foi um resgate da minha carreira. Aí em 2008 eu fui logo para o Emirados Árabes e voltei em agosto. Eu tava tranqüilo, tava bem e sem lesão. É lógico que a gente precisa de uma readaptação ao futebol, mas eu não tinha passado muito tempo fora, só sete ou oito meses no máximo. Quando eu cheguei aqui o Vasco estava na 16ª colocação, uma posição acima da zona de rebaixamento. Na época o meu empresário era até o Luisinho Quintanilla, que jogou comigo no Vasco. Como eu tinha tido um ano anterior muito bom, eu tive muitas propostas, mas eu queria ir para o Vasco. Na minha cabeça eu pensei: ‘o Vasco está nessa situação, então eu voltar e ajudar o time a sair dessa situação, pois a torcida tá muito triste. Vou voltar, ajudar ali, faço mais dois ou três anos de contrato e encerro a carreira’. Mas, parecia que eu tava pedindo um favor. Não era essa diretoria do Rodrigo Caetano não, tinha o Roberto Dinamite, mas não era o Rodrigo Caetano não. Ele só chegou em 2009. Então, parecia que eu tava pedindo para jogar. Uma hora eles falavam que tava tudo certo, outra hora que não tava. Fizeram o contrato do jeito que eles queriam, o valor era baixíssimo e tenho certeza de que um dos menores valores daquele grupo que estava lá, mas eu não tava me importante com isso, só me senti muito desprestigiado por eles terem demorado para definir a minha ida ou não. Foi muito complicado e decepcionante. Depois que consegui assinar o contrato eu não jogava, jogava pouco. Teve um jogo contra o Atlético-MG em que estávamos perdendo por 4 a 0 e o Renato Gaúcho me botou faltando um minuto. Na oportunidade, eu entrei em campo e o juiz acabou o jogo. Foram muitas coisas estranhas. No final, quando todos esperavam uma renovação, até porque eu não tinha jogado, o Roberto disse que tinha tido muitas oportunidades e que eu não tinha aproveitado. Foi quando o Jornal Lance fez uma reportagem e mostrou que se somassem todos os minutos que eu joguei, não dariam nem duas partidas. Então, como é que um cara vai conseguir em menos de dois jogos provar? Acho que não tinha que provar no que diz respeito ao aspecto técnico, mas não renovei e foi aí que começou o fim da minha carreira. Fui para o Figueirense depois, mas para mim o fim da minha carreira foi aí.
A não renovação com o Vasco foi um dos motivos que te levou a encerrar a carreira?

Pedrinho-
Sim. Quando o Vasco não quis renovar comigo eu coloquei na minha cabeça que não jogaria mais, pelo fato do Vasco ter caído, de ter nascido ali e de ter conquistado vários títulos com a camisa do clube. Imaginava que os torcedores estavam tristes comigo, pois eu fazia parte do grupo mesmo sem jogar. Então, por tudo que passei, pela falta de oportunidades, eu coloquei na cabeça que iria encerrar na carreira. Só que eu recebi uma ligação do pessoal do Figueirense, de um investidor, e eles vieram conversar comigo dizendo que outros jogadores já haviam ido para lá desacreditados, como o Edmundo, que do Nova Iguaçu foi para lá e teve mais dois anos de contrato, o Cléber zagueiro... O Figueirense tinha essa característica de recuperar os jogadores e eles acabaram me convencendo. Mas eu fui já muito triste com tudo isso e acabou que as coisas não deram certo lá. O contrato era até o final do ano, mas perto do meu aniversário resolvi rescindir o contrato e parar de jogar.

Você ainda guarda alguma mágoa da atual gestão do Vasco?

Pedrinho- Não guardo mágoas do Roberto não. Só acho as pessoas que estavam ao lado do Roberto naquele momento não eram ao meu favor. Eu só acho que a avaliação que ele fez a meu respeito, que eu tinha tido muitas oportunidades, foi errada. O contrato na época foi feito do jeito que eles queriam, não exigi nada. Poderia está preocupado com um monte de coisa, mas não exigi nada e tive um salário baixíssimo. Eu me senti muito desprestigiado, mas não guardo mágoas.Só queria ter tido a oportunidade de ter jogado, como outros jogadores vem tendo. Se não fosse bem, seria cobrado e se fosse bem, todo mundo iria elogiar. Só fiquei triste com isso, mas são coisas que acontecessem.

Você pelo visto tem gostado do trabalho do Rodrigo Caetano...

Pedrinho- O Rodrigo Caetano, apesar de não fazer parte daquela história vitoriosa do Vasco, é um cara que tenta sempre homenagear os seus ídolos, quem fez história no clube. É um cara que tá tentando fazer isso. Trouxe o Felipe, se esforçou para trazer o Juninho, está lá com o Carlos Germano e sempre que pode a gente se fala. É um cara que tá fazendo um grande trabalho no Vasco.

Como você recebe o carinho do torcedor, que hoje tem como um ídolo?

Pedrinho- O maior presente que eu tenho hoje é a alegria de poder ser reconhecido pelo torcedor do Vasco. É está na rua com o meu filho e o torcedor vir falar comigo e elogiar. Isso aí para mim é o maior de todos os títulos. O maior título é o carinho das pessoas. É lógico que a maioria dessas crianças não me viram jogar, mas as pessoas mais velhas viram e contam para eles. O que o torcedor faz por mim é um coisa impressionante. Às vezes eu vou brincar no Showbol e vejo o carinho do torcedor. Na apresentação do Felipe... Eu queria poder retribuir isso, mas infelizmente não é possível. O carinho é muito grande e eu fico até emocionado em falar. Só quando a gente para de jogar que percebe se fez alguma coisa de importante para o clube ou não. Eu só tenho a agradecer a torcida do Vasco por tudo.

Você cresceu junto com o Felipe no Vasco. Ambos começaram no Futsal, passaram por todas as categorias da base do clube e chegaram juntos ao profissional, onde brilharam e fizeram a alegria da imensa torcida cruzmaltina. O que você pode falar sobre o Felipe? De que forma você analisa a fase vivida por ele atualmente?

Pedrinho- Falar do Felipe é muito bom. O Felipe é meu irmão mesmo. Hoje, agora, com ele morando no Brasil, antes ele estava no Qatar e eu no Emirados, a gente se vê quase quatro vezes por semana. Nossas famílias são amigas, nossos filhos são amigos. Sou 65 dias mais velho que o Felipe, meu filho é 65 dias mais velho que o filho dele e o outro filho dele nasceu exatamente no dia do meu aniversário. São muitas coincidências. O Felipe sempre foi um cara que me ajudou muito desde pequeno, a condição dele sempre foi melhor que a minha. O pai dele sempre me ajudou muito, a família dele com um todo. Então, é um cara que eu torço muito. Sofro muito quando ele é criticado, pois muitos julgam ele por um jeito que ele interpreta as coisas sem saber o coração que ele tem. Eu sabia do talento, todo mundo sabe do talento que ele tem e eu acreditava muito que ele iria voltar a jogar um bom futebol. Felipe veio do mundo árabe, assim como eu, mas ele passou um período muito mais longo lá e era normal essa readaptação, já que lá não treina, só um pouquinho, não tem treino físico. Então, o início foi difícil e ele foi muito criticado por isso. Hoje ele tá jogando o fino da bola, muita categoria. Eu me sinto representado um pouco por ele dentro de campo, pois quando o vejo em campo eu vejo toda aquela geração ali e isso me faz muito bem.
O Juninho Pernambucano foi outro jogador que esteve ao seu lado em momentos vitoriosos da história recente do Vasco. Como você vê o retorno desse jogador para o Vasco? O que você falar sobre ele?

Pedrinho-
O Juninho é um cara que se cuida muito, sempre se cuidou muito. É um cara que tem uma bola parada muito precisa. Ele não passou muito tempo no mundo árabe, só uma temporada, o restante foi na Europa. É um cara que se identifica com o clube, tem um história dentro do clube, e a gente torce para que ele não pare logo no final do ano. Espero que ele dispute a Libertadores e ajude o Vasco a conquista o bi-campeonato.

Você conhece o clube como poucos e com certeza deve ter se emocionado com a conquista da Copa do Brasil. O que esse título representa para o Gigante da Colina? De que forma você analisa o elenco que hoje defende as cores do Vasco?

Pedrinho- Foi uma experiência única esse jogo contra o Coritiba lá. Por incrível que pareça eu assisti ao jogo na arquibancada do Vasco por conta de um imprevisto que aconteceu lá. Foi emocionante, pois quando passei e os torcedores me viram, ninguém acreditou. Foi maravilhosa a sensação, pois achava que nunca iria sentir. Foi muito bom, um título maravilhoso. O Ricardo Gomes é um cara formidável e o elenco do Vasco tem grandes jogadores, com meninos surgindo. A formação do grupo está bom, acho que o Vasco está no caminho certo e tem time para disputar a Libertadores. É lógico que precisa de dois ou três para compor o elenco, para utilizar nos imprevistos, mas acho que o Vasco está no caminho certo.

Você esteve em Curitiba?

Pedrinho- Fui, estive em Curitiba. Assisti na arquibancada. A festa foi bonita, foi linda. Quando o Coritiba fez o terceiro gol eu pensei: ‘Meu Deus, não acredito, os caras vão virar o jogo’. Mas, graças a Deus deu tudo certo.

O que pode falar do Seu Severino, que faleceu recentemente?

Pedrinho- O Severino é um senhor muito agradável e que tem uma história linda em São Januário. Era um cara que estava sempre de alto astral mesmo passando com dificuldades em relação a salário. Era um cara alegre independente de qualquer coisa. Vou sentir uma saudade muito grande porque convivia com ele diariamente.

O que o Pedrinho faz hoje da vida? Pensas em voltar a trabalhar no futebol num futuro próximo, quem sabe no Vasco?

Pedrinho- Seria uma coisa interessante, mas não como treinador porque não gosto muito. Voltar ao Vasco seria muito bom, muito agradável. Hoje eu cuido do meu filho, da minha esposa, que está grávida de novo, da minha família e tenho aproveitado a vida pessoal mais do que quando jogava. Quem sabe um dia volta para fazer alguma coisa? Vamos esperar.

Em sua opinião o que falta para o Vasco voltar a revelar talentos como na década de 90? Que conselho você poderia dar para o jovem que hoje defende as cores do Vasco na categorias inferiores?

Pedrinho- Acho que esse título foi importante para isso, pois vai acalmar o torcedor e ele passará ater mais paciência. Às vezes o menino sobe quando a fase não é tão boa, ele acaba sendo cobrado e mesmo tendo qualidade não consegue lidar com esse momento de pressão por ser jovem. Acho que o Vasco sempre teve a característica de revelar grandes jogadores e hoje tem o Allan e o Romulo, que são grandes jogadores e tem tudo para crescer ainda mais. Na base do Vasco também tem jogadores importantíssimos também. O que poderia dizer a eles é que não desistam nunca e manter sempre o sonho. Tem que ter o amor mesmo de vestir a camisa, porque isso trás uma contribuição muito grande, pois toda vez que você for jogar pelo clube que você ama, que você gosta e que você sofre, quando perde você chora. É bom ter esse envolvimento, pois você se dedica mais. Então, que eles não desistam nunca, pois a oportunidade quando menos você espera ela aparece e às vezes a primeira oportunidade é a última chance e tem que tá sempre preparado.

O que representa o Vasco para você e qual a importância dele para a sua vida?

Pedrinho- O Vasco foi tudo para mim. Eu passei a minha infância ali em São Januário. Eu cheguei com seis anos e a minha diversão era jogar futebol de salão ali. Chegava cedo, às vezes, junto com o Felipe, o Luisinho, e a gente jogava futebol de botão. Sou muito grato por ter passado a minha infância ali. Sofri muito todo dia para estar ali, pois não tinha uma condição financeira e era um esforço muito grande que meu pai fazia para me levar a São Januário. Eu entrei em 1983 e sai em 2001, então foram mais ou menos 18 anos em São Januário. Uma das melhores alegrias que eu tenho, quando posso ir a São Januário, é falar com o faxineiro, com os médicos, enfermeiros, pessoal da segurança e todas as pessoas que me viram crescer e que ainda estão lá. Então, para mim é muito bom. O que posso falar é que meu amor pelo Vasco é muito grande. Queria ter jogado muito mais vezes pelo Vasco. Não tive a oportunidade de jogar aquele jogo contra o Real Madrid, pois depois da final da Libertadores eu machuquei o joelho. Queria ter jogado o Mundial aqui no Rio de Janeiro, mas foi uma coisa que não pude fazer e isso me deixa um pouco triste. Mas, meu amor pelo Vasco e pela torcida é imenso.

Se o Vasco resolvesse fazer uma festa de despedida em sua homenagem, você aceitaria?

Pedrinho- Eu aceitaria, porque tudo que vem diretamente do Vasco me deixa muito orgulhoso. A minha história, não só a minha, pois meu pai trabalhou lá de motorista de caminhão, é um relacionamento. Só não gosto de nada forçado. Se for espontâneo, natural, seria bom. É quando a gente para de jogar que a gente percebe o valor das coisas. Às vezes a gente está jogando, está tão envolvido ali, que a gente não consegue valorizar o que a gente tem. Só aí a gente volta no tempo e lembra que jogava bola, jogava no Vasco e sente falta. Sentiria-me muito honrado com a homenagem, mas acho que outros jogadores também mereciam.

Por fim, gostaria que você deixasse uma mensagem para a imensa torcida vascaína, que durante tanto tempo vibrou com seus gols e com suas belas jogadas.

Pedrinho- Eu queria agradecer muito, agradecer de coração por tudo que eles fazem por mim até hoje. Queria dizer que para mim a torcida do Vasco é a mais fiel, a maior torcida e demonstrou isso a todo momento que o Vasco teve para cair e depois quando caiu. Ela tava cobrando, ela tava sofrendo, porque é um time de vitória, é um time que vive de vitórias, é um time vitorioso. Se hoje eu sou reconhecido em São Januário, sou alguma coisa, eu devo muito ao torcedor que me aceitou, teve paciência comigo, entendeu meu jeito, sofreu quando me machuquei. Então, o maior título para mim hoje é a torcida do Vasco, o carinho que tem por mim. Meu filho hoje que não me pôde ver jogando fica perguntando as coisas e isso me dói, porque queria estar jogando para ele ver. Então, a maior lembrança e a prova de que eu fui alguma coisa para o Vasco são os torcedores que vem falar comigo. Só tenho a agradecer a torcida do Vasco.

créditos: http://www.supervasco.com/

terça-feira, 28 de junho de 2011

Camisa comemorativa da volta de Juninho chega às lojas no dia 20/07


O Vasco apresentou Juninho Pernambucano no ínicio do mês numa grande festa em São Januário. O momento dificilmente sairá da cabeça dos vascaínos, pois se tratou do retorno de um dos maiores ídolos da história do clube.

Justamente por conta da imagem positiva do 'Reizinho' junto com os torcedores, o Gigante da Colina utilizará sua marca para arrecadar recursos. No próximo mês, mais precisamente no dia 20, chegará as lojas a camisa 'Gol de Quem?', que retrata um dos momentos mais marcantes da primeira passagem do jogador pelo cruzmaltino: o gol contra o River Plate na semifinal da Copa Libertadores de 1998. Logo em seguida, alguns dias depois, será lançado também uma miniatura do ídolo.

Um dos responsáveis pelo projeto esteve presente nesta noite (27/06) no programa semanal 'Só dá Vasco'. Na oportunidade, Marcos Blanco, diretor de marketing, falou sobre as ações envolvendo Juninho:

"A apresentação do Juninho foi realmente uma coisa emocionante. Foi uma apresentação de um jogador de futebol que poucos fizeram. Ficamos muito emocionados por se tratar de um ídolo, que ficou muito emocionando, conseguimos marcar isso na carreira dele, e a nossa missão foi cumprida naquele dia.

Lançamos alguns produtos com a marca do Juninho e a gente aproveitou para divulgar no dia da apresentação a camisa 'Gol de Quem?', que quando levantamos aparece o rosto do Juninho comemorando um gol. Essa camisa está sendo desenvolvida pela Penalty e a previsão é que ela chegue nas lojas no dia 20 de julho, porque tem um tempo de fabricação para que ela fique pronta. Isso porque tem um pano que fica embaixo e é onde fica o rosto dele. Demorou um pouquinho, mas a chegada é prevista para o dia 20 de julho. Um pouco mais a frente está prevista também a chegada do bonequinho do Juninho nas lojas."

créditos: http://www.netvasco.com.br/

Vascaínos queimaram uma camisa do flamengo no Serra Dourada


A torcida vascaína lotou o Serra Dourada no último domingo (26/06) e viu a vitória do Gigante da Colina sobre o Atlético Goianiense por 1 a 0. Antes da partida, porém, os cruzmaltinos aproveitaram para tirar sarro com o maior rival do clube, o flamengo, e colocaram fogo numa camisa e numa bandeira do rubro-negro.
créditos: http://www.supervasco.com/

Foto do título da Copa do Brasil já está na sala de imprensa


A foto oficial da conquista inédita da Copa do Brasil já marca presença na sala de imprensa de São Januário. A diretoria do Vasco imprimiu um novo papel de parede e incluiu a imagem ao lado de outras marcantes da história no clube, como os títulos da Taça Libertadores da América (1998) e da Copa Mercosul (2001). Além dos atletas, integrantes da comissão técnica aparecem na imagem.
créditos: BVS

domingo, 26 de junho de 2011

Marcos, goleiro do Palmeiras, diz que torce para o Vasco no Rio


Marcão, goleiro do Palmeiras e pentacampeão, vai parar. Ele, que não quer se arrastar em campo, diz que este ano está bipolar. Tem dias que gosta da ideia da aposentadoria, mas também tem horas que se sente angustiado. Isso porque nunca teve um plano B, só queria ser goleiro do Palmeiras, o time do coração e pelo qual a mãe é fanática. Bem-humorado, o goleiro, ídolo até de torcidas rivais, comentou sobre a última temporada, momentos marcantes e o porquê não aceitou convite para atuar no exterior. O que ele vai fazer depois? Engordar muito e, claro, continuar no futebol.

Vai parar mesmo?
Em dezembro. Faço treinos diferentes e apenas um por dia. É para não forçar demais o joelho. Não adianta forçar no treinamento e ficar fora do jogo. Treinei hoje (dia 9), no frio e na chuva, e o joelho ficou estalando.

Pode parar antes?
Quero me acostumar com o fato de que vou ter de largar a única coisa que sei fazer. Sou apegado e procuro aproveitar os últimos treinos, jogar o número máximo de partidas. Mas sem colocar o time em risco se eu não tiver condições. Difícil jogar todo o Campeonato Brasileiro.

O que passa na cabeça?
Meu humor está mudando muito. Estou bipolar (risos). Em dias frios, como o de hoje, que tenho de cair no chão molhado, penso "graças a Deus que não farei mais isso". Ao mesmo tempo, faz 19 anos que jogo futebol e vou ter de mudar de profissão. O que quer que eu faça não vai chegar aos pés do futebol. É uma mistura de sentimentos. Fico tenso, melancólico, triste, feliz.

Já começou a chorar?
Ainda não, mas estou preocupado. Eu me saí bem no futebol, consegui meus objetivos e para continuar no esporte estou velho. Eu me questiono sobre o que vou fazer e se serei bom, me cobro muito.

E quem segura a sua onda?
Todo mundo acha que tenho condições de jogar mais. Mãe, mulher, cunhado, ainda mais quando vou bem numa partida. Daí escuto: "Pô, dá para jogar mais um ano". Mas tem mais de 70 partidas num ano! Treinei muito para conquistar meus objetivos e me machuquei muito por não ter limite. As dores incomodam e vou me irritando com coisas do tipo, atuar num campo duro. Dói tudo. Também sei que não estou 100%. Fico com receio que isso me prejudique no jogo. Olha: quero parar por cima. Aqui no Brasil a gente sabe que não é primeira impressão que fica e sim, a última. Não quero parar como um cara que se arrastou pelo campo.

O que achou da despedida do Ronaldo? Ele se arrastou?
Achei legal, digna para quem foi. Toda vez que um grande jogador para como ele ou como o Romário, por exemplo, ficamos tristes, né? Todo mundo gosta de um cara que joga bem, mesmo que seja no time adversário. E entendo o Ronaldo, que já tinha deixado de treinar. Já está com a vida estabilizada, tem projetos. Fiquei triste porque convivi com ele na Copa do Mundo (2002) e ele era fantástico. Gostaria de vê-lo mais tempo em campo.

Lembrou que sua hora está aí? Quer uma despedida da seleção também?
Ah sim! Já passou quando o Washington, o Coração Valente, se aposentou. Vi a coletiva dele no Fluminense e pensei: "Vixe, ano que vem sou eu!". Esta hora chega para todo mundo. Mas não tenho o mesmo moral que o Ronaldo. Só joguei 29 vezes pela seleção. Tive poucas convocações e também fiquei muito no banco. Titular mesmo, só na Copa (2002). Agora, se tivesse a conta bancária do Ronaldo, eu me aposentaria antes (risos).

É verdade que Felipão disse que não queria nem saber quem eram os goleiros, que você seria o titular dele em 2002?
Verdade... A seleção estava passando por um momento difícil e... não quero que pareça que estou reclamando, que acho que sou perseguido. Mas no Palmeiras você tem de provar que é muito, muito, mas muito melhor que alguém para ser convocado. E quando o Felipão assumiu a seleção, que quase ficou fora da Copa, sabia do meu potencial porque tínhamos trabalhado juntos no Palmeiras. Isso me ajudou porque o Dida e o Ceni estavam em fases brilhantes. A disputa era acirrada e joguei a Copa com esta cobrança.

O Rogério Ceni já disse que não teve a sorte de trabalhar com um técnico na seleção que tivesse sido seu treinador em clube...
Acho que o Ceni teve pouca chance na seleção. E eu também! Mesmo com o Palmeiras na Segunda Divisão (2003), tinha acabado de ser campeão mundial. Pensei: "pô, vou ficar pelo menos mais um ano de titular, um ano de crédito." Aí o Felipão saiu e entrou o Parreira. Joguei uma vez e fui para o banco. O Dida ficou como titular. Pô, tinha sido campeão do mundo. É que goleiro é cargo de confiança. Então, minha sorte foi o Felipão ter assumido a seleção. E meu azar, o Felipão ter saído. O Zetti, um baita goleiro, também não teve chance com o Taffarel. Já o Júlio César pegou uma boa fase, sem concorrente à altura.

Qual destes é excepcional?
São fases. Hoje, o Victor (Grêmio) e o Fábio (Cruzeiro) estão bem. Este negócio de "o melhor de todos os tempos" é a maior besteira do mundo. Só o Pelé, que é Pelé.

Como começou sua amizade com o Felipão?
Talvez eu tenha aprendido a conviver com ele mais rápido, quando chegou ao Palmeiras (1997). Nunca abusei do moral em nenhuma situação. Mesmo quando estava bem e ouvi cobras e lagartos do Felipão, abaixei a cabeça, escutei e fui treinar. Ele era o técnico! Se elogiou, agradeci. Sei o meu lugar. E ele sempre soube que podia confiar em mim porque jamais iria apunhalá-lo pelas costas. Posso não concordar com escalações, mas a tarefa é dele. Mas também, sou amigo dele assim... Nunca fui jantar na casa do Felipão nem ele na minha. É uma amizade de cumplicidade. Não gosto de misturar as coisas. Quer fazer marketing? Jogue bem!

Você se despede em ano em que o Palmeiras joga fora de seu estádio (em reforma). Mas com o Felipão...
No futebol, você não chega longe se as pessoas não te ajudarem. O Luxemburgo foi quem me deu a primeira oportunidade. O Zagallo me convocou para a seleção pela primeira vez. O Felipão, quando chegou ao Palmeiras, me colocou nos aspirantes, pois estava acima do peso. Ele gostava de mim e eu estava bem, daí pensei: "gaúcho desgraçado, quer me ferrar". No futebol é assim, sempre alguém quer te ferrar, nunca é você se ferrando sozinho. Não falei nada. Levei a sério os aspirantes e fui abaixando o peso. O Velloso se machucou (1997) e ele me chamou. Não me ferrou, me ajudou. É o que se faz com um filho.

Qual a maior qualidade dele?
Honestidade. Fala na cara. A gente toma dura no treino (risos), ele xinga, fala palavrão, arregaça com a gente, mas depois, no vestiário, já está brincando, não mistura as coisas. Trabalho é trabalho.

Goleiro troca muita camisa?
Sempre toquei, em todas as partidas. Não consigo levar para casa. Até porque não sei falar não... Algo como "já prometi esta". E na seleção também troquei muito. Inclusive com brasileiros, Ronaldinho, Ronaldo, Cafu... Da seleção de 2002, tenho o time completo.

Neste Brasileirão, a procura pela sua camisa aumentou? A da estreia ficou com o Maicosuel (Botafogo), que disse que era "a camisa de um campeão mundial"...
(risos). Aumentou! Já tem jogos para frente que os caras me ligaram para deixar reservada! Lúcio (Grêmio) é um deles. Dizem que querem a camisa do ano de despedida.

Onde guarda a coleção?
Em malas. Às vezes, quando um muito rival vai jogar uma final, saco a camisa do adversário e visto em casa (risos).

Tem camisas corintianas?
Várias! E ainda por cima tenho de arrumar para amigos que são corintianos e que me pedem. Toda vez, contra o Corinthians, o Andrés Sanchez me dá várias para distribuir.

De quem quer a camisa? Tem a do Neymar?
Putz! Não tenho nem do Neymar nem do Ganso. Está aí. Mas fico meio assim de sair correndo atrás dos caras para trocar a camisa. E também, se trocar com qualquer um tá bom, porque neste Santos todo mundo joga demais! O único cara que corri atrás mesmo foi o Jorge Campos, da seleção do México, numa Copa das Confederações (1999). Ele jogava com umas camisas incrementadas.

Sempre foi Palmeiras?
Fui influenciado. Meu pai, meu irmão mais velho e minha irmã mais velha são corintianos. Mas minha mãe e meu irmão acima de mim, palmeirenses. Torcia para o Guarani e meu irmão falou assim: "O Palmeiras é maior e é verde também!" Quando cheguei ao Palmeiras e vi o Velloso, quase desmaiei. Você não imagina como era difícil na minha cidade (Oriente, no interior de São Paulo), arrumar uma camisa do Velloso, quanto mais treinar com ele. Sempre torci pelo Palmeiras! Não se joga na Coca Cola e torce para o Guaraná Antarctica.

Tem vários!
Hoje tem, mas digo assim: se você é palmeirense e joga no Corinthians, tem de torcer pelo Corinthians. Graças a Deus eu sou palmeirense e jogo no Palmeiras, sempre joguei no Palmeiras e vou me aposentar no Palmeiras.

Quando chegou no clube, foi o Sérgio que te acolheu?
Foi um dos caras mais importantes da minha carreira. Me ajudou a não desistir. Eu morava no alojamento e quando estava frio, congelava. Quando era calor, os mosquitos mordiam. Pensava: "isso é vida?" Tinha horário para comer e se chegasse tarde, do treino em Pirituba, não tinha mais comida. Passava apertado e era bobão. Minha cidade tem cerca de cinco mil habitantes. Cheguei a São Paulo e fiquei três meses para ir ao shopping porque achava que tinha de pagar entrada (risos). O Sérgio me convidou para morar na casa dele quando estava em lua de mel (risos). Estou com um primo na mesma situação. Veio fazer teste e se passar vou arrumar um lugar legal para ele ficar.

Você só defendeu o Palmeiras por 15 anos. Mas teve a oportunidade de jogar no exterior, logo após o título mundial. No entanto, continuou no Palmeiras, rebaixado. Por quê?
A fase da Série B foi horrível pela pressão. Chegava para disputar um jogo na cidade, seja ela qual fosse, e parecia que era o Michael Jackson. Olha, é fácil falar te amo! Esta foi a oportunidade para eu provar (beija o escudo do time). Quando veio a proposta do Arsenal, optei pelo meu salário que era R$ 80 mil. Sei que é ótimo para os padrões brasileiros, mas era campeão do mundo! Hoje, qualquer um ganha R$ 200 mil. Ficava pensando em casa que, se eu não me adaptasse, poderia rescindir o contrato e voltar. Mas achava pilantragem. E tinha a coisa de largar o Palmeiras na hora que mais precisava. Esse momento me deu mais moral com a torcida do que se pegasse 50 penaltis do Marcelinho Carioca.

Lembra-se de algo engraçado?
Em Garanhuns, jogamos num campo que tinha cabrito. E antes da viagem vi a foto do lugar e falei que não poderíamos jogar num pasto. Era um jogo importante, contra o Sport. Quando cheguei na cidade tinha uma faixa assim: "aqui pode ser pasto mas a vaca da sua mãe não come aqui!" Fui aquecer perto do público e chovia tijolo! Para a torcida, a Série B foi péssima, mas para quem jogou foi motivo de orgulho.

Quando jogava num campo assim pensava no Arsenal?
Depois que decidi ficar, virei a página. Até hoje, não me arrependo. Além do dinheiro e de gostar do que se faz, você tem de ter raiz num lugar, para você ser lembrado. Não dá para jogar seis meses no Flamengo, um ano no Fluminense, três no Vasco... A hora que parar, vão falar: "É o Zezinho, lateral-esquerdo que jogou no Fluminense". E outro vai dizer: "Pô, não me lembro..."

Tem medo de ser esquecido?
Para mim este não é um problema. É difícil parar porque sou goleiro! Quero ser goleiro e só sei ser goleiro. É verdade quando dizem que o jogador morre duas vezes (a primeira na aposentadoria).

Você é querido por torcedores de outros clubes...
De vários. Muitas vezes dou autógrafo em camisa do São Paulo, do Corinthians, do Flamengo. É engraçado. Vou lá e meto a caneta, na boa!

Tem algum clube, de outro estado, pode ser do Rio, que gostaria de ter defendido?
Nunca pensei nisso. Mas no Rio sou Vasco. Também curto o Coritiba, no Paraná, apesar dos 6 a 0 (risos) na Copa do Brasil. Já tive proposta para ir para o Corinthians, mas não dava. Teria de comprar um caveirão para jogar lá. Sou muito identificado com o Palmeiras. Acho que hoje os jogadores ficam com medo de não acumular fortuna, sabem de histórias de caras que perderam tudo.

E por que se repetem? Gastam com carrão, joia, na noite?
(risos) Porque é jogador de futebol. E para isso não precisa ter estudado. Quando se ganha muito dinheiro, pira mesmo. Quer tudo. Eu estudei até o segundo colegial. Minha mãe me moía se não passasse de ano... E olha que pulei muito o muro da escola. Admito que tenho até uma invejinha destes caras (risos). Desmanchei com a minha namorada de seis anos e já comecei a namorar a minha atual mulher. Estamos juntos há 12. Fui calouro, hein! Não aproveitei as baladas (risos). É que sempre achei que centroavante e goleiro são profissões. O resto, posições. Se não fizer gol (atacante) e se não fechar o gol (goleiro) está ferrado. Sempre fui caxias e não tinha plano B. Tinha de ser um ótimo goleiro. Você acha que gosto de ligar a TV e ver todo mundo metendo o pau em mim?

E a história do cafezinho?
Qual a diferença de tomar energético, água ou café (risos)? Contra o The Strongest, da Bolívia, estava um frio desgraçado, a bola não vinha no gol. O Palmeiras pressionava. Aí pedi para o roupeiro pegar um cafezinho. Tampei o copo mas uma imagem da TV pegou a fumacinha. Os adversários ficaram putos porque eu estava tranquilão. No jogo de volta, os bolivianos queriam me matar. Nos gols, os caras sentavam na minha cara e faziam o gesto com a mão, como se estivessem tomando café. A torcida gritava: "Uh, cafezinho, uh cafezinho". Acredita que depois de três anos, com a seleção, voltei lá e os caras gritaram de novo?

A conquista da Libertadores em 1999, quando surgiu o apelido de São Marcos, foi o título mais importante no clube?
Para mim foi o da Série B, de 2003. Pela pressão, pelo período, pelo significado. Na Libertadores, era coadjuvante, tinha Paulo Nunes, Zinho, Júnior Baiano, César Sampaio, Arce... Um baita time. Na Série B, eu era "o cara", o mais cobrado.

E a fase mais difícil?
2007 foi a pior. Quebrei o braço três vezes no ano. Fiquei oito meses do ano engessado. Fazia fisioterapia e quando treinava, numa pancada, quebrava de novo. Achei que já tinha osteoporose (risos).

Conseguiu ganhar dinheiro? Investiu bem?
Consegui. Penso em dinheiro dentro dos meus padrões, do que vivo. Mas se comprar com o que vejo por aí, não. Mas também não sou um cara que ando com carro de R$ 500 mil, que usa correntão de ouro, relógio de R$ 30 mil. Não gosto e estaria ferrado. Vou parar ano que vem e em dezembro de 2012 já estaria sem nada (risos). Também não dou cartão de crédito para minha esposa (risos). Dou um dinheirinho e falo: "se acabar, acabou hein!" Ela diz que sou mão de vaca. Investi pouco também. Meu perfil no banco é conservador. Mas aumentei a propriedade da família (de 9 hectares para 900 hectares).

Você é certinho?
Sou nada (risos)... Já tive minhas épocas! Saía muito. Mas a fama atrapalha. Os torcedores pegam no pé. Se saia na quinta, depois de uma derrota na quarta... Nossa, um desrespeito. Então, comprei uma cobertura e faço churrasco lá. Ninguém vê, posso beber minha cerveja. O negócio é cumprir as obrigações. Claro que ninguém é santo. Mas também não me envolvo em confusão. Não vou sair sem minha mulher, né? Ainda mais agora que vou me aposentar. Imagina me separar e perder 50%? (risos).

O que fará logo de cara?
Eu me acostumei com as limitações. Não sinto falta, sabe? Mas tem duas coisas que vou fazer já a partir do primeiro dia de aposentado: não vou mais acordar antes do meio dia nem cumprir horários rígidos. Ah! E quero ficar muito gordo! Mas depois da despedida, hein! (risos). Não aguento mais comer frango com purê de batata. Agora, aposentado, imagina a mesa de jantar do Ronaldo? Ele tem bem mais dinheiro (risos). Também vou aproveitar mais a companhia dos amigos e da família.

E profissionalmente?
Tenho contrato com o Palmeiras por mais três anos quando parar. Sem cargo definido. É bom porque vou continuar no meio, vendo meus amigos. Mas não levo jeito para ser cartola, presidente. Também não quero mexer com dinheiro, contratação. Preparador de goleiros também acho que não vai rolar porque o Palmeiras tem um dos melhores do mundo... Sobrou... Bom, também não vou pintar o campo. Tenho certeza que temos um cara que pinta melhor do que eu (risos).

Você é um cara que fala mesmo, sem dó... Te ajudaria nessa fase?
Ou não. Acho que pegam no meu pé com esta coisa das declarações polêmicas. Normalmente analiso um jogo, não fico falando de coisas para frente. E, se perdemos de 6 a 0 para o Coritiba, não sei chegar na beira do campo e falar: "infelizmente, tivemos uma noite infeliiiiiz, mas vamos levantar a cabeeeeça e na próxima partida teremos tudo para somar três pontos (tom de texto decorado, típico dos boleiros)." Pô, o time jogou mal, tomou seis e como pode achar alguma coisa boa nisso? Fico mordido quando a gente perde... Minha mãe é tão palmeirense, tão palmeirense que na derrota ela fica ferrada. Daí, sento a lenha nestes vagabundos e sei que ela, ao menos, vai falar: "Aê filhão!"

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Meu Jogo Inesquecível: a bela virada do Vasco que fez Chico Anysio torcer


É como se um craque da bola voltasse aos gramados após um bom tempo no departamento médico. Chico Anysio já pode ser visto nas telas da TV com sua marca registrada: o humor fino, inteligente, antenadíssimo com o mundo, que lhe conferiu a camisa 10 na seleção dos mestres do sorriso. A recuperação dos sérios problemas de saúde pelos quais passou nos últimos meses ainda segue, mas a Salomé, de Passo Fundo, uma das centenas de personagens marcantes que criou,  já pode ser vista no "Zorra total", aos sábados, na Rede Globo. Só que, para falar de futebol, o humorista pega emprestada a alegria do dublê de jogador Coalhada e a inspiração do Pantaleão para contar suas histórias. Sem exageros...

Uma das mais interessantes na vida do humorista é a troca de camisas. Sim, Chico assume sem constrangimento que já torceu por vários clubes. O Palmeiras foi o único que jamais deixou de ter espaço. Vasco, América e Flamengo já se revezaram na preferência carioca, hoje mais em alta pelo fato de Chico morar há muito tempo no Rio. Cruzeiro, Grêmio, Santa Cruz e agora o Inter do amigo Falcão contam também com a simpatia do humorista, que há anos não larga a camisa cruz-maltina.

Talvez por isso, além do fato de ter sido comentarista de futebol no rádio e na TV e criado no mundo do futebol - o pai foi presidente do Ceará -, ele não seja daqueles de comemorar muito a vitória do time. Mais contido, estilo blasé, confessa, no entanto, que uma partida o tirou do sério. Justamente quando o coração estava dividido. Perto do Natal de 2000, naquele 20 de dezembro, Palmeiras e Vasco, os preferidos do coração de Chico, decidiam a Copa Mercosul. O Verdão fez 3 a 0, mas o Gigante da Colina conseguiu virar para 4 a 3 de forma sensacional. A partida marcou não só o humorista como todo vascaíno que viu aquele duelo.

- Eu sou Vasco e Palmeiras. O primeiro time pelo qual torci foi o Palestra Itália. Quando moro em São Paulo, prefiro o Palmeiras. Quando moro no Rio, prefiro o Vasco. Esse jogo eu vi em Belo Horizonte, onde eu prefiro... o Cruzeiro. Assim que o Palmeiras fez 3 a 0, pensei que estava resolvido. Naquele momento, não torcia para nenhum. Aí, vi quando o Palmeiras perdeu o jogo: o técnico botou o time marcando homem a homem. O do Vasco (Joel Santana) tirou o Nasa e lançou o Viola, que não tinha marcador. E ele desarmou tudo. O Vasco fez 1 a 3, 2 a 3, 3 a 3 e 4 a 3. Vibrei na virada. Quando o Romário fez o segundo gol, o Palmeiras enlouqueceu, e já fiquei torcendo para o Vasco, que empatou. O Palmeiras abriu o jogo. Juninho Paulista e Romário jogaram muito. Foi uma partida brilhante. - afirmou Chico Anysio, no seu apartamento, na Barra da Tijuca.

'O Vasco é o time da virada...'

O humorista lembra que estava na cidade mineira em excursão com uma peça. Naquela noite, de folga, resolveu assistir à partida no hotel, na companhia do então empresário, Róbson Paraíso, já falecido. Róbson era torcedor do Náutico e também se deixou contagiar pela espetacular reação do Vasco, que no primeiro tempo não viu a cor da bola. Apenas uma jogada de Romário assustou o Verdão, que aos 35 recebeu um presente de Júnior Baiano. O zagueiro cortou um cruzamento com a mão dentro da área. Pênalti que Arce converteu, abrindo o placar. No minuto seguinte, Magrão aumentou, e aos 45 Tuta marcou o terceiro.

Tanto Chico quanto seu amigo Róbson e o resto da torcida do Vasco não esperavam o que aconteceu nos 45 minutos finais. E, conforme o humorista mesmo lembrou, Viola entrou para esquentar um jogo já praticamente perdido. O Vasco partiu para o ataque e, aos 14, Romário diminuiu de pênalti marcado sobre Juninho Paulista. Nove minutos depois, replay: Juninho Paulista derrubado na área, gol de pênalti do Baixinho.

A partir daí, o cearense que conquistou o Brasil passou a acreditar na virada. Nem a expulsão de Júnior Baiano, aos 32, cortou o otimismo, premiado aos 40 com o gol de Juninho Paulista. E a musiquinha tão cantada nos estádios "O Vasco é o time da virada, o Vasco é o time do amor..." ganhou forma aos 48,  quando Viola iniciou jogada concluída por Juninho Paulista. No rebote, Romário mandou para as redes pela terceira vez naquela noite e iniciou uma grande festa em São Paulo e no Rio. Chico comemorou, mas do seu jeito.

- Eu não grito gol nem pulo. Fui criado no futebol. Meu pai foi presidente do Ceará Sporting. A concentração era no nosso sítio, em Maranguape. Nunca vi um jogador dizer "o Ceará perdeu", "o Ceará ganhou". Era só "ganhei o bicho", "perdi o bicho". Só pensam no dinheiro. Aí, pensei: eles é que têm que torcer, não eu. Nunca vibrei, nem com a Seleção. Agora, o 4 a 3 do Vasco foi diferente. O outro que eu vibrei foi o do gol do Cocada, na vitória sobre o Flamengo por 1 a 0, na final do Carioca de 1988. Eu estava atrás do gol. O chute do Cocada foi lindo. E a bola espalhou água, estava chovendo... Ele entrou em campo aos 44 do segundo tempo, fez o gol aos 45 e foi expulso aos 46...

Explicação para mudanças de time

Chico Anysio gosta e entende tanto de futebol que consegue ser um bom advogado de defesa para as trocas de camisa que já fez como torcedor. Ele não entende por que se critica tanto quem resolve torcer para outro clube.

- Eu acho o seguinte: você muda de mulher e não é vira-leito. Você muda de rua e não é vira-placa. Você muda de fé e não é vira-cruz. Quando muda de time, é vira-casaca. Por quê? Eu estou Vasco. Se o Vasco fizer uma grande sacanagem com alguém amanhã, eu deixo de ser. Imediatamente.
Uma das mudanças de time do hurmorista aconteceu em plena viagem, quando voltava de carro de Piraí, escutando o jogo do América. Daí em diante, não trocou mais.

- A equipe jogava contra o Náutico no campo do Vasco. Tinha que empatar para passar para a fase seguinte do Brasileiro. E acabou derrotada por 3 a 0, três gols do Baiano. Eu tinha falado, antes do jogo: "Se o América perder esse jogo, eu paro de ser América. Vou fazer 50 anos, não posso ter uma velhice preocupada. Aí eu voltei a ser Vasco, que tinha sido o primeiro time pelo qual torci no Rio. Tinha deixado de ser Vasco por causa de uma safadeza que a diretoria fez com o treinador, o Gentil Cardoso. Aí, pensei: vou escolher um outro time. E escolhi o maior adversário do Vasco, o Flamengo, que tinha sido o sétimo colocado no Carioca de 1952.

No período rubro-negro, Chico Anysio ficou amigo do treinador paraguaio Fleitas Solich, que era seu vizinho. Certa vez, o técnico, depois de sagrar-se tricampeão carioca com o Rolo Compressor de Dida, Evaristo, Joel, Rubens & Cia., confessou ao humorista que havia rumores de que sairia e já iniciara os contatos - recebera, inclusive, proposta do Boca Juniors, repassada à diretoria, para saber se a intenção do clube era mantê-lo ou dispensá-lo.

- No dia seguinte, ele me falou: "Vou ficar. O presidente disse que só saio do Flamengo quando ele sair." Era o Fadel Fadel. O Flamengo viajou para a Espanha. Quando Don Fleitas chegou no hotel, tinha um telegrama para ele, o dispensando. Aí, pensei: como um clube tem um presidente que dispensa um técnico sem coragem de falar no olho dele? Esse time é muito pequeno para mim. Vou tirar tudo de sujo que tem na camisa. Aí, virei América. Então, tudo tem um motivo. Depois que deixei de ser América, voltei a ser Vasco e não mudei mais. Fui muito bem recebido de volta, ninguém me chamou de vira-casaca. E o time do meu fundinho do meu coração é o Palmeiras - afirmou, mostrando, no entanto, a camisa personalizada que ganhou do presidente cruz-maltino, Roberto Dinamite.

Amigo de Falcão

Os amigos também fazem o humorista trocar de camisa... regionalmente falando. Gremista em Porto Alegre, Chico Anysio afirmou que está numa sinuca desde que Paulo Roberto Falcão, ex-comentarista da TV Globo, assumiu o comando do Internacional. Um dos maiores jogadores - senão o maior - da história colorada é seu amigo pessoal.

- Somos muito amigos desde o tempo em que era juvenil do Inter. Na época, eu o indiquei ao Palmeiras. O dirigente foi a Porto Alegre, mas o Inter disse: "Com ele, não tem negócio." Isso motivou o aumento do salário no Inter. E ele ficou grato a mim, porque o indiquei ao Palmeiras. Depois, ficamos amigos. Quando ele foi para Roma,  jogar no Roma, e eu estive lá, ficou como meu cicerone por um dia. Depois, nos encontramos em Santa Catarina. Ele estava com o Mário Sérgio. Quando vou a Porto Alegre, jantamos juntos. A Cristina, mulher dele, é minha amiga também. Então, com o Paulo técnico, não posso torcer contra ele. Então, sou um mau torcedor, torço mais é pelos amigos.

Os craques do Chico

Falcão é também um dos craques preferidos de Chico, que lista os melhores de cada clube pelo qual torceu. Tal como o Professor Raimundo da escolinha mais famosa do Brasil, mostra todo o conhecimento sobre um dos seus assuntos favoritos. No Flamengo dos anos 1950, cita Dequinha, Rubens, Joel, Dida...
- Esse teve um azar na vida: foi nascer junto com o Pelé.

No América, o humorista faz nova lista de respeito: Canário, Alarcon, Leônidas, João Carlos (de quem foi reserva nos juvenis do Fluminense e num time da Glória) e Ferreira. Isso nos anos 1950 e 1960. Nos anos 1970,  Ivo, Tadeu, Edu, Bráulio... A do Vasco inclui Walter Marciano, Pinga, Danilo Alvim, Ademir de Menezes, Lelé...  e Roberto Dinamite.

- Quando arrancava do meio-campo, Roberto lembrava o estillo do Ademir. E dava uma bomba... No fim de carreira, recuou para o meio-campo e ainda fez o Romário, que para mim foi o segundo maior jogador do mundo, atrás apenas do Pelé. Olha a minha lista dos cinco melhores: Pelé, Romário, Zico, Di Stéfano e Maradona. O Zico foi para o Udinese, que era o Volta Redonda da Itállia, e sagrou-se vice-artilheiro do campeonato, jogando partidas a menos que o Platini, que era do Juventus, o time campeão.

Chico, e o Mané? Para o humorista, o Anjo das Pernas Tortas é um capítulo à parte.

- O Garrincha era diferente. Uma definição boa para o Garrincha tem o Alceu Valença: "O Luiz Gonzaga foi o Pelé... O Garrincha foi o Jackson do Pandeiro." Ele era aquilo... Um samba de breque, uma melodia especial. Ganhou duas Copas, principalmente a de 62.

Divino, o melhor

A lista do Palmeiras também é boa. Oberdan, Waldemar Fiúme, Dudu, César Maluco, Servílio, Tupã, Rinaldo... E nessa lista tem o jogador preferido de Chico, o maior da história do Palmeiras: o camisa 10 Ademir da Guia, o Divino, craque dos anos 1960 e 1970.

- Ademir, para mim, foi o maior jogador do mundo. Botava o jogo no ritmo dele. Tinha o passo enorme. Um dia, o Flamarion, que tinha 19 anos quando trocou o Guarani pelo Cruzeiro, foi obrigado a marcá-lo em todos os lugares, até no banheiro. Pois bem... O garoto saiu de campo aos 20 minutos cansado, sem poder dar entrevista. E o Ademir em campo... 3 a 0 para o Palmeiras. Ele não era lento, a lentidão era aparente. Sofreu uma maldade que o Zagallo fez na Copa de 74, quando o deixou com Alfredo e César no hotel e não levava para treinar. Quando enfrentou a Polônia, foi eleito por oito jornalistas como um dos melhores da Copa, tendo atuado uma partida só - afirmou, com o ar professoral de quem sabe. Agora, é torcer para o Professor Raimundo voltar às telas da TV.

Palmeiras          3 x 4            VASCO
Sérgio, Arce, Gilmar, Galeano e Tiago Silva; Fernando, Magrão, Rodrigo Taddei e Flávio;  Juninho e Tuta (Basílio).
Helton, Clébson, Odvan, Júnior Baiano e Jorginho Paulista; Nasa (Viola), Jorginho (Paulo Miranda), Juninho e Juninho Paulista;  Euller (Mauro Galvão) e Romário.
Técnico: Marco Aurélio.
Técnico: Joel Santana

Gols: Arce, de pênalti, aos 36, Marcão, aos 37, e Tuta, aos 45 minutos. No segundo tempo, Romário, de pênalti, aos 14 e 23 minutos; Juninho Paulista, aos 41, e Romário, aos 48.


Cartões amarelos: Flávio e Fernando (Palmeiras); Nasa, Odvan, Júnior Baiano, Jorginho Paulista e Helton (Vasco). Cartão vermelho: Júnior Baiano (Vasco)..

Data: 20/12/2000. Local estádio Palestra Itália, em São Paulo. Competição: Copa Mercosul de 2000 (decisão). Árbitro:: Márcio Rezende de Freitas, auxiliado por Jorge Paulo Oliveira Gomes (DF) e José Carlos Silva Oliveira (RS). Renda: não divulgada. Público: 29.993 pagantes.


créditos: http://globoesporte.globo.com/

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Confira lista de 10 vascaínos famosos da TV


O blog UOL Esporte Vê TV estreia nesta segunda-feira uma série que pretende revelar os torcedores famosos das nossas telinhas, além de contar um pouco da história da paixão de cada um com o time em questão. A largada será com o Vasco, atual campeão da Copa do Brasil. Confira:

Fátima Bernades

A apresentadora do Jornal Nacional virou vascaína por causa do pai e já disse que seu jogo inesquecível é a volta de Roberto Dinamite ao clube, após passagem pelo Barcelona, na goleada por 5 a 2 sobre o Corinthians em 1980. Publicamente, Fátima já disse ter uma relação amistosa com o marido William Bonner em termos de futebol. No entanto, certa vez o são-paulino editor-chefe do JN disse que teve um comentário censurado ao assistirem a uma partida juntos: “Você está secando o meu time?”, disse a jornalista, em comentário reproduzido por Bonner. Na foto acima, a estrela do jornalismo global aparece com a camisa do Vasco, em ensaio para a revista oficial do clube.

Eri Johnson

Conhecido por sua impagável imitação do Baixinho Romário, o ator também é um dos mais fanáticos vascaínos da TV. Recentemente tem se manifestado bastante pelo Twitter na torcida pelo time de São Januário.

Camila Pitanga

A beldade da novela das 9 herdou a paixão pelo Vasco do pai, o também ator Antônio Pitanga. Certa vez Camila manifestou sua torcida pelo time em pleno palco do Domingão do Faustão, para comemorar a volta do time à Série A do campeonato Brasileiro.

Rodrigo Hilbert

O ator catarinense vem de uma cidade onde metade é vascaína e a outra é flamenguista. O galã é torcedor fervoroso do time de São Januário e, em casa, convive com a gremista Fernanda Lima, sua mulher. Quem será que levará a melhor para influenciar a escolha dos gêmeos João e Francisco?

Bruno Mazzeo

O humorista herdou a paixão pelo Vasco de seu pai, Chico Anysio. É uma das personalidades da TV que mais manifestam publicamente o amor cruzmaltino (na foto acima em campanha com Marcos Palmeira e a cantora Fernanda Abreu). Quando criança entrou em campo com o time e apareceu no pôster de campeão carioca de 1988, abraçado com o ídolo Geovani. Recentemente lançou o livro “365 motivos para ser vascaíno”, assinado junto com Sérgio Almeida.

Marcos Palmeira

O ator fez uma homenagem ao time do coração durante a transmissão do jogo contra o Brasiliense pela Série B em 2009, na Globo. Marcos Palmeiras louvou o clube, declamando trechos de um texto do jornalista e escritor Artur da Távola.

Juliana Paes

A musa revelou que teve dificuldade para comemorar o título do Vasco na Copa do Brasil, conquistado na decisão contra o Coritiba. “Eu estava dando de mamar quando o juiz apitou. Nem pude gritar!”, escreveu a atriz no Twitter.

Murilo Rosa

Vascaíno fanático, o ator recentemente apareceu ao lado do filho pequeno Lucas, com o menino vestindo uma camisa do time, certamente agradando o papai.

Rodrigo Santoro

O galã já estampou a capa da revista oficial do clube e revelou ter ficado emocionado em pisar no gramado de São Januário, nas gravações do longa metragem sobre a vida do ex-jogador botafoguense Heleno de Freitas.

Taís Araújo

A atriz global já disse em uma entrevista que sofreu bastante com o rebaixamento do Vasco para a Segunda Divisão, em 2008, mas que jamais pensou em abandonar seu time do coração.

créditos: http://www.netvasco.com.br/

domingo, 19 de junho de 2011

Rodrigo Caetano abre o jogo e fala sobre trajetória no Vasco


Ele não faz gol, mas virou objeto de desejo de vários dirigentes do futebol brasileiro. Nos últimos meses foi cortejado e sondado pelo Fluminense e por dois outros clubes de fora do Rio: um gaúcho, outro paulista. Motivado, porém, pelo desafio de disputar a Libertadores, no ano que vem, o diretor-executivo Rodrigo Caetano - ex-meia esquerda de 41 anos, formado em administração de empresa, com MBA de gestão empresarial - resolveu recusar as propostas ( a do tricolor quase três vezes maior do que recebe atualmente) e permanecer no Vasco, disposto a cumprir seu contrato, que vai até o fim de 2012.

O Globo: Antes de mais nada, uma pergunta se impõe: você esteve ou não na Unimed, para conversar com o Celso Barros, presidente da patrocinadora do Fluminense?

Rodrigo Caetano: Estive sim, duas vezes. Mas não agora, como se chegou a noticiar. Fui conversar com ele em Dezembro do ano passado, quando meu contrato com o Vasco estava acabando. E mantive o Roberto (presidente do Vasco) informado o tempo todo.

Mas o Fluminense voltou a procurá-lo agora?

Rodrigo Caetano: Sim. Mas, desta vez, não houve encontro e nas vezes que nos falamos, pelo telefone, sempre expliquei a ele (Celso Barros) que só discutiria que só discutira qualquer coisa mais concreta após a final da Copa do Brasil.

E depois do título?

Rodrigo Caetano: Conversei primeiro com o Roberto e com o Mandarino (José Hamilton, vice-presidente de futebol) e resolvi ficar. Nosso objetivo de conquista um título importante no primeiro semestre foi cumprido e agora inicia-se um novo ciclo extremamente importante, tendo a Libertadores como principal meta.

E esse desafio (a Libertadores) foi fundamental para que você decidisse ficar?

Rodrigo Caetano: Sem dúvida. É um projeto que me encanta. Principalmente porque temos praticamente um ano para trabalhar nele. Flamengo e Fluminense, em 2009 e 2010, não tiveram tanto tempo, porque se classificaram através do Brasileiro, ou seja, no final do ano, e logo no início da temporada seguinte, já estavam jogando a Libertadores.

Se o Vasco tivesse perdido a Copa do Brasil, você teria saído?
Rodrigo Caetano: Talvez, sim. Porque estaria se encerrando um ciclo sem que tivéssemos atingido o objetivo traçado, que era a conquista de pelo menos um título importante: do Estadual ou da Copa do Brasil. Seria o caso de repensar toda estrutura do futebol, e a diretoria poderia preferir fazer mudanças e optar pela minha saída. Não sei...

E houve alguma compensação financeira para que você recusasse a proposta milionária do Flu?

Rodrigo Caetano: Nem quis discutir isso agora. Pode ser que mais pra frente a diretoria entenda que vale a pena fazer um reajuste, até para colocar algum tipo de multa rescisória no meu contrato, pois atualmente isso não existe. Mas é claro que a conquista da Copa do Brasil e a certeza da Libertadores, em 2012, valorizam o clube e todos os seus profissionais.

Uma pergunta mais apimentada, para responder de bate-pronto: se você fosse o presidente de um clube, aceitaria pagar R$ 300 mil mensais a um executivo de futebol? (Esta foi a proposta tricolor)?

Rodrigo Caetano: (pensando um pouco) Não sei. Tanto, talvez não. Mas acho que essa função está se valorizando cada vez mais e entendo que deva ser bem remunerada. Quanto, exatamente, prefiro não comentar.

E o que faz, exatamente, um diretor-executivo de futebol? Não é um nome mais pomposo para o velho surpervisor?

Rodrigo Caetano: Acho que houve uma evolução muito grande na função. O supervisor de antigamente era um 'tarefeiro'. O executivo de futebol é responsável por muitas coisas...

Quais, exatamente?

Rodrigo Caetano: Estruturar e organizar todo o departamento de futebol, montar a comissão técnica e, com a participação dela, o próprio elenco; definir, com a diretoria, o orçamento e cuidar de sua execução e, naturalmente, liderar o grupo passando confiança e segurança. Não é pouca coisa. Vivo praticamente 24 horas em função do clube.

Você foi jogador, quando e como resolveu ser executivo da bola?

Rodrigo Caetano: Técnico? Nunca! Depois que parei fui estudar administração de empresa e fiz também um MBA em gestão empresário. Tudo já pensando em ser dirigente profissional. Era algo que, ainda em meus tempos de jogador, eu sentia que seria necessário. O futebol deu um salto gigantesco nas gerações de receitas e era natural imaginar que seriam necessários bons profissionais para ajudar a geri-lo dentro e fora das quatro linhas.

Algum 'supervisor' da velha guarda te inspirou?

Rodrigo Caetano: Sim. Antônio Carlos Verardi, do Grêmio. Ele está até hoje no clube, mas em outras funções. Sempre foi extremamente competente.

Voltando ao Vasco, você está há dois anos e meio em São Januário. Chegou quando o clube estava para começar a disputar a Segunda Divisão. Quais as melhores e piores lembranças desse período?

Rodrigo Caetano: O início foi bem díficil...Inclusive porque muitos dos jogadores que procurávamos (para montar o elenco da Série B) não queriam nem ouvir nossa proposta, pois achavam que se desvalorizariam, disputando a Segunda Divisão. Aí foi muito importante a ajuda do Carlos (Leite, empresário). Por isso que eu digo que o bom empresário é aquele que trabalha aliado ao clube. Age como parceiro. É natural que também pense no seu lucro. Mas todos os jogadores dele que estão no nosso elenco só estão porque nós os escolhemos e consideramos utéis.

Dorival Júnior e Carlos Alberto foram apostas que deram muito certo na campanha de volta à Primeira Divisão. Mas o primeiro acabou não renovando e o segundo saiu brigado. O que houve?

Rodrigo Caetano: Dorival todos nós queríamos que ficasse. Mas ele se valorizou muito com o título da Segunda e não tivemos como cobrir as propostas que surgiram. Já o Carlos Alberto teve um 2009 espetacular, mas sofreu em 2010 com muitas lesões, que acabaram comprometendo o seu rendimento. Já no início de 2011 aquele início desastroso acabou causando muito estresse, e ele e o presidente se desentederam no vestiário, após uma derrota e sua permanência ficou inviável. Mas é um jogador que respeito muito, por tudo que fez, nos ajudando num momento dificilimo.

Mas você recomendaria a contratação do Carlos Alberto, em outro clube que você estivesse trabalhando?
Rodrigo Caetano: (pensando um pouco antes de responder). Recomendaria, sim. Ele é um grande jogador. O problema é que abate muito quando enfrenta problemas que o impedem de jogar normalmente, como as seguidas contusões. Aí, este abatimento acaba comprometendo o seu próprio comportamento. Daí alguns problemas que já enfrentou na carreira...

A campanha da volta foi o seu período mais díficil em São Januário?

Rodrigo Caetano: Não! Apesar de todas as dificuldades para montar o elenco e garantir não somente o retorno à Primeira Divisão como o título da Série B - uma exigência nossa e da torcida! - os piores momentos, para mim, foram no ano passado, quando houve até uma ocasião em que pensei, seriamente, em deixar o clube.

Quando?

Rodrigo Caetano: No dia em que os torcedores invadiram o gramado para cobrar resultados do time e do técnico Celso Roth. Aquilo foi inadmissível. Fiquei muito chateado mesmo.

E como os torcedores entraram? Normalmente quando isso acontece há a cumplicidade de algum dirigente...

Rodrigo Caetano: Nesse caso, não. Eles entraram por um portão lateral que estava aberto e quando vimos já estavam no gramado. Se algum dirigente tivesse tido participaração, aí mesmo é que eu sairia. Foi muito desagradável, mas não acontecerá mais.

Por falar em Celso Roth, a inesperada saída dele para o Internacional não o surpreendeu?

Rodrigo Caetano: Sim. E foi também uma grande decepção. Eu o indiquei, apostava muito no trabalho dele e nada deu certo. No início do Brasileiro, fizemos apenas cinco pontos em 21 possíveis, mas ainda assim achava que ele poderia se recuperar. Mas veio a proposta do Inter e ele preferiu sair. Foi a pior experiência que tive com um treinador do Vasco.

Falando de técnicos, você já contratou, além do Dorival e do Roth, o Vágner Mancini, o Paulo César Gusmão e agora o Ricardo Gomes. Como foi com cada um deles?

Rodrigo Caetano: Eu apostava muito no Mancini, mas não deu certo. Se você me perguntar o motivo, sinceramente não sei. Ele é um treinador inteligente, bem preparado e que sabe se comunicar com os jogadores. Aqui, entretanto, depois de um ótimo começo - chegamos a golear o Botafogo por 6 a 0, em pleno Engenhão - perdemos a final da Taça Guanabara e a coisa desandou. Já o PC (Gusmão) foi muito bem ao substituir o Roth no Brasileiro do ano passado, mas neste início de temporada também acabou enfrentando sérios problemas, com aquelas quatro derrotas seguidas. Aí, não tem jeito...

E o Ricardo Gomes? Como você chegou a ele e o que o diferencia dos demais?

Rodrigo Caetano: Antes de decidirmos pelo Ricardo, conversei com muita gente. E só ouvi elogios a respeito dele. No São Paulo, chegaram a me dizer: ele não foi campeão por detalhes (perdeu a Libertadores, para o Inter, e o Brasileiro, para o Flamengo). Mas, certamente, será em outro clube. Conversei até com o Washington (ex-centroavante), que se derramou em elogios, embora tivesse sido barrado por ele no São Paulo. Aí, o chamamos para uma conversa e decidimos que ele era mesmo o melhor nome. E acertamos.

E qual o mérito dele nesta conquista?

Rodrigo Caetano: Em primeiro lugar, recuperar a autoestima do grupo, que estava baixa após aquele início desastroso na Taça Guanabara. Depois, até por estarmos jogando sem pressão - já que não havia mesmo expectativa naquele primeiro turno - ele pôde armar e soltar o time ao seu gosto. E começamos a disparar goleadas e reencontrar o rumo. O título da Copa do Brasil foi a coroação deste trabalho. Mas, a partir de agora, a pressão, a expectativa e as cobranças serão bem maiores. E o Ricardo sabe disso. Temos time para disputar o Brasileiro com chance de ser campeão.

Como é o seu diálogo com os técnicos? Há muitos treinadores que não admitem interferência em seu trabalho. E costumam se meter em tudo. Inclusive em decisões que, antigamente, era dos supervisores. O novo executivo de futebol tem espaço com esse tipo de profissional?
Rodrigo Caetano: Bem, aqui no Vasco temos procurado que se adaptem à nossa forma de trabalhar, onde o diretor-executivo é quem traça e executa as diretrizes básicas do departamento. Na minha visão, a era do técnico 'faz-tudo' está acabada. É claro que ainda existem profissionais que agem assim e alguns têm sucesso. Mas não creio que durem por muito tempo. O treinador tem que se concentrar é no seu trabalho de campo. É entender que, mesmo assim, algumas de suas decisões precisam passar pelo crívo da diretoria, representada pelo executivo de futebol.

Que tal um exemplo?

Rodrigo Caetano: O técnico não pode, simplismente, decidir afastar um jogador que tem multa rescisória alta e ponto final. Se ele não o quer mais, precisa me avisar, para que tentemos negociar o atleta, sem que o patrimônio do clube seja desvalorizado com o afastamento e a execração pública que iss provoca. E sem que isso no cause, também, dívidas trabalhistas pesadas no futuro.

Com o aumento vertiginoso das receitas e a chegada de profissionais no futebol, os clubes terão jeito? Deixarão de ser deficitários e se tornarão, enfim, lucrativos?

Rodrigo Caetano: O ambiente para que isso aconteça nunca foi tão propício. Veja o exemplo do Vasco: no balanço de 2010, se não me engano, o prejuízo ainda foi em torno de R$ 20 milhões, mas se computarmos todas as dívidas antigas que foram pagas no período, veremos que o futebol já começa a dar lucro. Acho que muito em breve todos os clubes bem administrados começarão a ser superavitários. E nem precisarão vender tantos jogadores para sobreviver. Estamos vivendo um período de travessia do caos absoluto. Bastar agir e pensar com profissionalismo.

Você é gaúcho, jogou e começou a carreira como administrador por lá. Como foi o impacto de sua chegada a um clube do Rio onde, sabidamente, é bem mais precária do que no Rio Grande do Sul, em São Paulo, no Paraná e em Minas?

Rodrigo Caetano: Dos clubes cariocas, o Vasco é um dos que tem menos problemas, até por ter um estádio. Mas é claro que nossa estrutura ainda está bem aquém do ideal. Ainda assim, o Rio tem algumas vantagens fascinantes. Em lugar nenhum do Brasil, o futebol é tão adorado pelo povo. A gente sente isso na rua, no contato com o povo. Só o carioca mesmo para idolatrar um executivo do futebol. Na chegada do Vasco, após a conquista da Copa do Brasil, os torcedores me carregaram como se eu tivesse jogado e feito gol! Coisa de louco, de emocionar mesmo.

E qual é o gol do diretor-executivo?

Rodrigo Caetano: É saber montar um bom elenco e dar a ele todas as condições para que tenha o melhor desempenho possível. Além, é claro, de tornar o futebol como um todo rentável, dentro do orçamento previamente combinado com a diretoria.

Os diretores-executivos de futebol vieram para ficar?

Rodrigo Caetano: Aposto que sim. E já estou pensando em organizar até um seminário entre nós num futuro próximo. Seria o primeiro passo para a criação de uma associação da classe. Venho conversar sobre isso seriamento com o Ocimar Bolichelo (do Paraná) e o Felipe Ximenes (do Coritiba), que são ótimos executivos. Quanto mais nos organizarmos, melhor será para todo mundo.

E o que a torcida do Vasco pode esperar, daqui pra frente? Já classificado para a Libertadores, o Vasco vai 'brincar' no Brasileiro e na Sul-Americana?

Rodrigo Caetano: De jeito nenhum. Vamos lutar pelos dois campeonatos. Mas, é claro, que se a nossa situação não for boa em relação à disputa do título, faltando uns dois para acabar o ano, começaremos a discutir seriamente a possibilidade de antecipação das férias para alguns jogadores mais desgastados, pois nossa grande meta, no ano que vem, é a Libertadores. Com todo o tempo que temos pela frente, é nossa obrigação chegar a ela muito bem preparados. E por ter certeza de que chegaremos.

Reforços à vista para a Libertadores?

Rodrigo Caetano: Ainda é cedo para falar nisso. Ainda mais porque, com os jogadores que contratamos esse ano (Anderson Martins, Alecsandro, Eduardo Costa, Diego Souza, Bernardo e Leandro) e a chegada do Juninho Pernambucano, o elenco está bem forte para o final da temporada.

E Juninho Pernambucano, o que esperar dele?

Rodrigo Caetano: Tenho certeza de que será muito útil. É um pessoa especial dentro e fora de campo. Seu primeiro treino já impressionou pelo fôlego e pela velha categoria. Aliás, fiz questão de contar a todos, quando da apresentação dele, que o Juninho foi meu banco lá no Sport, quando ele estava começando a carreira, em 1995.

Verdade?

Rodrigo Caetano: Claro que não...(risos). Mas serviu para descontrair o ambiente. Fomos contemporâneos por um curto período, mas ele sempre jogou muito mais do que eu...

sábado, 18 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Assista Vídeo: Nova Era III, a Copa do Brasil é nossa!!



Após 8 anos sem um título de expressão (vascaíno que é vascaíno não pode considerar série B como título), o Vasco deu a volta por cima em um dos anos que teve o pior início de carioca de sua história e mais uma vez mostrou que é o time da virada conquistando a Copa do Brasil.

Após várias batalhas, o time chegou na final contra o Coritiba, o jogo de ida, disputado em São Januário, foi ganho pelo Vasco por 1x0, e no jogo de volta, o time cruzmaltino perdeu por 3x2, mas pelos gols feitos fora de casa, saiu com o título do Couto Pereira.

De alma lavada, os vascaínos foram as ruas comemorar mais título numa festa que fazia bom tempo que o Rio de Janeiro não via. Então, para comemorar este momento, Beto Salim nos brinda com mais um vídeo em homenagem ao Vasco. Dessa vez o novo vídeo da série Nova Era contará a história da conquista da Copa do Brasil.

créditos: http://www.supervasco.com/

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Felipe, sobre se aposentar: 'Mas está longe, ainda dá pra jogar bastante'


Experiente, completando 34 anos no próximo mês de setembro, o meio-campo Felipe não pensa em aposentadoria. Em entrevista coletiva, o jogador falou ainda sobre os principais técnicos com quem ele já trabalhou e falou sobre o próximo confronto do Vasco, domingo, contra o Grêmio, em Porto Alegre, além do comentar a situação do ex-jogador Edmundo, preso nesta quinta-feira em São Paulo.

Para Felipe, ainda não é momento de parar. “No momento não quero parar. Tendência é continuar no futebol. Mas está longe, ainda dá pra jogar bastante”, disse. Segundo o meio-campo, os três treinadores mais marcantes que passaram pela sua carreira foram Abel Braga, Antônio Lopes e Ricardo Gomes.

Edmundo, ídolo da torcida vascaína e que participou da festa de apresentação de Juninho ao Cruzmaltino, foi preso na madrugada desta quinta-feira em São Paulo em decorrência do acidente automobilístico ocorrido em 1995, provocado pelo ex-jogador e que causou a morte de três pessoas. Para Felipe, amigo pessoal do Animal, a esperança é de que tudo se resolva o mais rápido possível.

“Muito triste. Conheço ele muito bem. Tem o coração enorme. Dentro de campo é explosivo. Fora de campo é dócil. Espero que ele possa resolver tudo e possa voltar a viver. Estaremos rezando”, disse.

Sobre o Grêmio, próximo confronto do Vasco, domingo às 16h, no Olímpico em Porto Alegre, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, Felipe foi político. “Grêmio é uma equipe forte, tem qualidade, mas o Vasco também tem. Espero um bom espetáculo e que a gente possa conseguir os três pontos, mesmo fora de casa”, finalizou.

créditos: http://www.netvasco.com.br/

quarta-feira, 15 de junho de 2011

CBF cumpre decisão judicial e reconhece Sport como campeão brasileiro de 87


A novela sobre o título do Campeonato Brasileiro de 1987 ganhou mais um capítulo. Nesta quarta-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reconheceu o Sport como único campeão da polêmica edição. A decisão cumpre determinação da Justiça pernambucana.

A entidade, contudo, salienta que ainda cabe recurso e reafirma que, em sua análise, apontar o Flamengo também como campeão legítimo não contraria os argumentos da Justiça de Pernambuco.

Com a resolução desta quarta, o Flamengo volta oficialmente a ser pentacampeão brasileiro, dono dos títulos de 1980, 1982, 1983, 1992 e 2009. Por consequência, o São Paulo passa a ser o primeiro pentacampeão e, assim, o real detentor da Taça das Bolinhas, já que faturou o campeonato em 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008.

O disputado troféu foi criado pela Caixa Econômica Federal para ser entregue ao primeiro clube que conquistasse o Brasileiros cinco vezes alternadas ou três vezes consecutivas.

Confira o comunicado da CBF:

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, em cumprimento à decisão proferida pela 10ª Vara da Justiça Federal de Primeira Instância da Seção Judiciária de Pernambuco, RESOLVE revogar a Resolução da Presidência nº 02/2011 e, em estrita obediência à sentença proferida às fls. 365/376 dos autos do processo nº 000.4055-52.1990.4.05.8300, reconhecer como único campeão brasileiro de futebol profissional de 1987 o Sport Club do Recife.

Esta Resolução entra em vigor nesta data, revogando-se as disposições em contrário, não obstante o referido ato judicial ser passível de recurso e apesar de esta entidade entender que o reconhecimento do título de campeão nacional de 1987 também ao Clube de Regatas do Flamengo não contraria os limites da coisa julgada.

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terça-feira, 14 de junho de 2011

SportPlanet: Vestido Mini Cruz de Malta do Vasco


O novo Vestido Vasco produzido pela Estilo Carioca é a melhor opção para as vascaínas que gostam de andar na moda.
Em material 100% algodão ele se molda no corpo deixando você linda, confortável e torcendo sempre pelo Vasco, com a cruz de malta discreta no peito e o nome VASCO DA GAMA em dourado.
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EDITORIAL: O Gigante acordou!


Assim como temos com a nossa consciência e com nossos milhares de leitores diários o doloroso dever de apontar aquilo que consideramos errado, cumpre-nos agora o grande prazer de parabenizar a diretoria do Vasco pela grande conquista da Copa do Brasil.

Foi uma conquista heróica, nervosa, sofrida, e que por isso mesmo deve ser valorizada e saboreada como se saboreia um delicioso filé depois de termos passado anos e anos a fio com fome de conquistas de expressão, situação que absolutamente não condiz com a grandeza do Club de Regatas Vasco da Gama.

Se ainda há alguns erros fora de campo, dentro de campo nosso time provou que com mais algumas peças no elenco, pode fazer frente aos outros grandes do país e, assim, consolidar a volta do nosso clube ao lugar de onde nunca deveria ter saído, que é o mais alto do pódio.

Além de saboreada, esta deve ser uma conquista que deve ser capitalizada pela direção do clube, principalmente em termos de marketing. Ao revermos, com emoção, as imagens da festa da torcida no retorno de nossos heróis ao Rio de Janeiro, todos puderam ter a verdadeira noção da paixão do vascaíno pelo nosso clube. A festa da Turma da Fuzarca foi tão grande que causou no nosso zagueiro Dedé tal espanto que suscitou a ele o comentário de que “parece que fomos campões mundiais”. Pois é, Dedé, você teve apenas mais uma prova da força da torcida que você e os outros heróis representaram e representam dentro de campo com tanto orgulho e galhardia.

Além da diretoria, agradecemos também à imprensa, que à maneira do “martelo”, atormentou o “prego” com marteladas, mas que por outro lado fez com que o prego ficasse mais firme. Obrigado também por tentarem nos convencer que houve um “vascainicídio” que encolheu inapelavelmente nossa torcida e pela oportunidade de podermos provar o absurdo dessa teoria de torcida encolhendo.

Por isso, sugerimos que além das camisas promocionais que tanto nos orgulham e que certamente nossa torcida irá comprar em profusão, um planejamento no sentido de fortalecer ainda mais nosso quadro de associados, dando-lhes mais e mais motivos para ajudar ao clube. O programa de associação, que parece ter sido abandonado precisa ser revitalizado para que possa captar novos sócios, aproveitando esse momento da conquista da Copa do Brasil e a paz entre a torcida e o clube, além de fazer com que os inadimplentes voltem a pagar. É o momento de incrementar novos projetos, promoções e benefícios. Em suma, é preciso profissionalizar esse projeto de associação que tem deixado muito a desejar (palavra de um torcedor que vos escreve nesse momento). Mais do que tudo, é preciso colocar esse programa de associação nos moldes dos grandes clubes do futebol brasileiro.

Mais importante ainda é tornar esse momento perene. O Vasco nesse momento está no topo, e é preciso continuar lá. Precisamos chegar à Libertadores do ano que vem confiantes e conscientes de que somos um grande clube, com um grande time e candidatíssimo ao título. Para isso, é necessária uma campanha no brasileirão desse ano que encha os olhos da torcida. O Vasco tem um elenco que com certeza pode ficar entre os 5 melhores times do Brasil, e ainda fazer bonito na Copa Sul-Americana, mas para isso é preciso manter o elenco atual motivado e consciente da responsabilidade, bem como de algumas peças de reposição. Todo trabalho feito agora visa a Libertadores, e por isso precisamos de 2 times bem formados e entrosados, porque o campeonato carioca deixará de ser uma prioridade, e provavelmente será disputado pelo Vasco com um time B.

Por fim, é o momento de pensar na reforma e ampliação do nosso estádio para que possamos voltar a mandar os grandes jogos em casa, de forma que gere lucro para o clube, e possa fornecer maior conforto à nossa torcida que foi vital para a conquista da Copa do Brasil. Precisamos de um estádio que esteja a altura de comportar o nosso torcedor de forma satisfatória, e se faz urgente a melhoria do nosso caldeirão com esse fim. Precisamos de um estádio em que possamos mandar os clássicos sem muita restrição por parte de federações e confederações, simplesmente porque teríamos a estrutura necessária para isso. São Januário é nosso maior patrimônio, nosso orgulho, trunfo, e precisa ser adequado à nova realidade do futebol mundial.

Por fim, nossos agradecimentos a todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, tornaram esse sonho possível:

Nosso muito obrigado aos nossos jogadores, que entenderam o que é representar esse pavilhão glorioso desde 1898, e que, por entenderem isso, deram em campo o seu melhor para que o Gigante da Colina acordasse.

Nosso muito obrigado também ao treinador Ricardo Gomes, que soube unir o grupo em um momento de crise, levando o Vasco depois de 11 anos de volta à Libertadores (o Vasco a disputou em 2001 pela última vez e voltará em 2012). Mesmo com seus erros, Gomes teve o mérito de tirar o melhor de cada jogador e provou a nós mesmos o acerto de algumas de suas decisões, tão contestadas pela torcida. Obrigado, professor!

Falar da torcida e agradecê-la é chover no molhado, mas uma chuva que fertiliza a terra onde houve tanto tempo de seca nunca é demais. Orgulha-nos sobremaneira representar nem que seja uma pequena parte dessa imensa torcida, que está voltando a ser bem feliz. Vascaínos, nós somos o maior patrimônio deste clube! Mais que patrimônio, somos a alma e a razão do gigantismo presente em um de nossos mais queridos apelidos!

Por último, mas não por isso menos importante, nosso muito obrigado ao Doutor Eurico Miranda, que criou a Copa do Brasil para que um presidente capacitado para isso a vencesse.

créditos: http://www.supervasco.com/